
Nas minhas mãos seguro um preço incalculável de amor. As tuas mãos. Toda a loucura que imaginei muitas vezes e em segredo, que fosse o amor. O amor para lá da exausta palavra que o rasga em estilhaços. O amor. Seguro as tuas mãos e beijo-as devagar. Hesito-lhes o sentido (talvez não tenha mesmo sentido para elas). Seguro-as e amo-as e pressinto nelas um preço incalculável de perfume sondando a parte indiscreta dos sonhos. Sim, imaginei-o muitas vezes e em silêncio, este amor que me perturba e me preenche, me transporta... Um preço incalculado de amor sussurando na pele, forçando poemas luminosos nas esquinas dos dias, este amor que é apenas amor e se desfaz, se o segurarmos nas mãos, em mais amor, mais forte ainda, ardendo na cauda das palavras. Não o supus tamanho, possível. E no entanto seguro-o nas mãos. E por isso estremeço, seguro-o com força, hesito-lhe o ponto cardeal: TU. Que Deus nos guarde.