Ao acaso pavoneiam-se os dias. É um desconcerto. Vazio. Não há matriz matemática suficientemente orientadora das emoções. Elas vão e vêm. Com a força das marés de Novembro. E com elas incertezas, dúvidas e loucuras sem fim. Nesses momentos, pouco importa como cheguei até aqui. Se cheguei foi porque sabia o caminho. E caminhei. Agora, importa continuar, na certeza de que nada é certo. Muito menos as emoções que reservo no peito, feito mutantes. Sem rosto. Sem corpo. Mas suficientemente capazes de ordenar o corpo a seguir viagem.
Estranhos e tumultuosos são os caminhos que nos levam até ao coração. A razão sem razão. E, no entanto, simples mortais, reféns de forças ancestrais, do decidir e agir. Corremos atrás do velho coração. Felizes quando ele está feliz. Tristes quando ele também assim está. Ah coração... coração... vigoroso e sonhador. Viajante das horas perdidas. Maratonista de mundos. E bate forte, muito forte, por um outro coração, que ele conhece de cor... e por quem corre estes estranhos caminhos... do corpo e da alma...