sábado, 30 de outubro de 2010

De vez...


Teimosamente, vais-me matando aos poucos. De todo o emaralhado de problemas que te sufocam, qual teia assassina, o elo mais fraco, aquele que se solta em primeiro lugar, é sempre o mesmo. Talvez "nós" sejamos o teu maior problema. E não suporto mais isso.
Teimosamente, vais-me matando aos poucos. Mas, desta vez decido morrer de vez...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tudo, afinal


Estavas enganado amor, desculpa. Sempre que dizias que pouco temos, que cada vez temos menos, estavas enganado. Cada dia traz-te até mim, mais dentro, mais fundo... E hoje quero agradecer-te. Sim, eu sei que não gostas, dizes que o amor não se agradece... Agradeço-o a Deus então. Ou aos deuses. Ter-te comigo neste momento da minha vida em que tudo desaba, em que a serenidade foge como água escorrendo entre os dedos, é um presente divino... O teu amor esperando por mim, segurando-me nas quedas, nas derrocadas... O teu amor dando-me colo ao fim do dia, colando os cacos em que me vou partindo, conversando baixinho, brincando com os meus cabelos, acariciando-me a pele... O teu amor que finge não ver as linhas do cansaço nos meus olhos, que me limpa as lágrimas e me abraça tão forte... O teu amor do outro lado da linha, esperando que eu volte sem exigir nada em troca... O teu amor que me perdoa e esquece as pressas, os nervos, os esquecimentos, o descontrolo... O teu amor sereno, seguro, forte... Que acredita e cresce todos os dias. Sinto que te tenho por inteiro, de todas as vezes na cama onde nos amamos, em cada beijo, em todas as despedidas, a cada reencontro. E mesmo feita farrapo, partida em mil pedaços, com o coração assustado, mesmo sem brilho, sem ânimo e sem forças, é no teu abraço que me reergo, nos teus olhos que me reestruro, no teu sorriso que me renovo... Porque tu és a minha vida.
Como vês, estavas enganado, amor. Tenho-te por inteiro... e ao ter-te assim, desta maneira, tenho tanto...! Tenho tudo, afinal.

domingo, 24 de outubro de 2010

Nós


Acho que a felicidade é isto: sentir este amor pulsando cá dentro, pensar em ti e sorrir, acumular uma saudade imensa para depois naufragar nos teus braços, beijar-te a boca... e sussurrar baixinho: Amo-te!

Beijo-te


Acho que a felicidade é isto: partilhar o teu coração, sonhar contigo um futuro sorridente e guardar na palma da mão as tuas palavras para que me iluminem os sonhos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Porquê...?!



A felicidade não devia circundar se não quer entrar. Sim, devia ficar permanentemente. Ao invés, brinca com as nossas inseguranças, inquietudes, e sobretudo com a nossa falta. É por isso que chove mesmo quando faz sol. É por isso que corremos atrás. Esperamos que o pessimismo não vença de novo. E ficamos... tristes... muito tristes... quando nos levam a felicidade e nos derrotam... de novo...
A chuva voltou a pairar sobre mim... e eu pergunto-me: Porquê...?!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sonho...


Não quero que sintas que abandonei a nossa casa. Podia tê-lo feito, como o fiz antes e por várias vezes, mas deixei-me ficar. Ainda que em silêncio, este foi um dos meus refúgios. Os outros tu já os conheces. Sabes que procuro nos elementos da natureza a Paz que tantas vezes me falta. E a Serenidade também. Ontem, falamos de sonhos. Quando tudo parecia precipitar-se, de novo, num abismo sem fundo, negro e frio, falamos de sonhos. Também os tenho. Também os alimento (ainda que em segredo). Mas o meu sonho maior não está à distância de semanas, meses ou anos. Não está refém de um eclipse que acontece de quando em vez num lugar bem longínquo do nosso. O meu sonho está à distância de um toque, de um abraço, de um beijo... está a um minuto de mim... ainda que às vezes pareça que está a milhares de quilómetros. O meu sonho tem poucas letras. Mas tem na Lua o teu rosto. Quero viver esse sonho sempre. Lutando contra amarras e algemas. Porque a Vida pode ser um sonho que sonhamos acordados. E é nesta casa que me deito e repouso. E espero que o meu sonho te traga até mim...

domingo, 17 de outubro de 2010

Detalhes


Na cozinha da tua casa, em cima de um murete, sobressaindo do verde das plantas que a rodeiam, existe uma miniatura daqueles radios antigos que o tempo já fez perder. Quando o vi pela primeira vez não estavas junto de mim, não sei porquê... E nesse momento em que o descobri, apeteceu-me pegá-lo com as duas mãos, com cuidado e devagar, tomar-lhe o peso, passar os dedos na tinta vermelha para lhe sentir a textura, ligá-lo para saber se dele, como por magia, se fazia ouvir alguma música... Fascinou-me aquela peça, ali pousada como se me olhasse... E desde então, de todas as vezes que entro na tua casa, não sei porquê, mas os meus olhos procuram o radiozinho e de todas as vezes ele me encanta... E quando te evoco em casa, quando te recordo na cozinha, também não sei porquê, mas a primeira imagem que vejo cá dentro é a do teu rosto junto da lindíssima miniatura vermelha entre as folhas verdes, tocando sempre, muito baixinho, uma sonata que é só nossa...

sábado, 9 de outubro de 2010

Nós


Com tantos biliões de pessoas neste mundo,
que sorte a minha ter-te conhecido.

sábado, 2 de outubro de 2010