terça-feira, 23 de março de 2010

À flor da pele


Antes de saíres, apertaste-me num abraço fundo como amarras... E tu não sabes, mas os meus braços quando envolveram o teu corpo, não eram braços... eram pássaros de seda que te roubaram o perfume para fazer ninho na gruta mais escondida da memória... Tu não sabes, mas a minha pele tatuou o sabor dos teus gestos, o sal das ondas de carícias onde naufraguei na tempestade dos nossos corpos, unidos num só... Tu não sabes, mas enquanto nos olhavamos e conversavamos baixinho, roubei-te o sorriso, os contornos da face, as mãos que se insinuavam inquietas desenhando-me os contornos... Roubei tudo o que podia, desses instantes de pura magia...

Hoje não me sinto só. Hoje ando contigo no pensamento, contigo e com este sorriso cravado na boca, com o teu perfume à flor da pele... e com a memória feliz, cheia de ti...

Agora diz-me: o que faço a toda esta saudade?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Palavras Sentidas


Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa

sexta-feira, 19 de março de 2010

Somos


À noite, somos a sombra de um luar que só nós conhecemos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Espera


Gosto de te esperar, de contar as horas, os minutos, os instantes que faltam para reencontrar o teu abraço.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Hoje não queria regressar assim. Não queria entrar com este estado de espírito, triste, nesta nossa casa. Mas, ainda assim, entro. Passo a passo, entro... e me deito na cama vazia...

domingo, 14 de março de 2010

Bem vindo, Amor


Avisaste-me que chegavas e eu quis estar aqui. Quis que me encontrasses quando de mansinho metesses a chave na porta e a escancarasses para deixar entrar o sol que trazes no sorriso. Queria que me sentisses assim, tão perto de ti... que ouvisses a minha voz cheia de emoção dizer-te "Bom dia Amor" e me apertasses num abraço fundo, interminável...
Regressas hoje e eu espero-te. Vou esperar-te sempre, como se espera o arco-íris, a maré cheia ou o luar de Janeiro... com a calma certeza de que não adianta apressar a vida ou acelerar o tempo. As voltas da vida, mesmo às vezes girando ao contrário, devolvem-nos o Amor que temos no peito... sempre!
E por isso eu te espero. Aqui. Na nossa nuvem.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Bom dia Amor


Que posso dizer-te? A não ser que estou feliz, que sou feliz? Claro que também sinto medo... Como tu. Mas sabes, o dia de ontem deu-me toda a força, toda a vida e coragem de que precisava para continuar contigo na estrada da vida. A tua presença a meu lado durante todas as horas de ontem, mostrou-me mais uma vez que há partidas que não se fazem só porque tem de ser, só porque seria o mais razoável... Partir de ti é uma impossibilidade que o meu coração nem sequer equaciona... E tu sabes, ele é teimoso e persistente, regressa a ti sempre que a razão tenta impor-se... e por isso eu deixo-o falar alto. E ouço a sua voz.
Uma espécie de serenidade acordou comigo hoje. Está sentada a meu lado agora, enquanto te escrevo, e faz-se presente. Este presente que nós queremos que seja dos dois. Queremos muito. Porque sabemos que a dor acaba por passar, as lágrimas limpam-se, e fica só uma saudade infinita, gigantesca, tomando conta de tudo, toldando-nos a visão e atando-nos os passos nesta caminhada da vida. Eu amo-te. Amo-te tudo. E contra isto não se luta.
Ontem festejámos três anos juntos. Hoje dou-te as minhas mãos e recomeço a viagem contigo e com a certeza de que há uma luz ao fundo do túnel, há um rumo traçado debaixo dos nossos gestos, há uma estrela azul que teima em brilhar... Reinicio a vida do teu lado, com este amor tatuado no coração, presa, para sempre presa a ti. Ancorada no teu peito. No teu abrigo.
Porque há presentes da vida ou dos deuses que não podemos desprezar... E porque o teu amor é a estrela que me guia os passos e me levará a um lugar qualquer onde mora a paz.

quarta-feira, 10 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Cheio de vida


Fui buscar o telemóvel ao sítio onde o tinha escondido e fiquei a segurá-lo nas mãos durante muito tempo, sentindo o peso das tuas palavras gravadas para sempre. Dezasseis mensagens tuas. Sei-as de cor, bem como as datas e as horas a que foram enviadas. Não precisava de o ligar para as reler porque simplesmente, sei-as. No entanto, um estranho desejo me fazia querer vê-las brilhando no ecrã, talvez para me convencer de que tudo não foi um sonho... Mas completamente descarregado, ele não se ligou. Estava apagado. Com uma tristeza infinita, liguei-o à corrente e deixei-o a carregar enquanto pensava como isto é parecido com um coração... Um coração também precisa de carregamentos obrigatórios, precisa de palavras, de gestos, de lembranças, de sorrisos, para continuar a bater, a pulsar cheio de vida. Esquecido a um canto, ele em breve perde a força do bater e vai enfraquecendo cada vez mais, até parar. Até morrer.

Talvez tenha sido isso que eu vim aqui fazer hoje: encher o meu coração de vida, obrigá-lo a não desistir, a não parar de pulsar por ti. Vim ouvir a tua voz, eternizada nas sms que me mandaste, vim resgatar os sonhos que elas encerram. Vim bombear o meu coração de vida.


A carga do telemóvel está completa e finalmente ligo-o e leio tudo mais uma vez. Recordo cada momento com uma saudade doída, muito funda... e relembro-te.


São horas de sair. Olho o telemóvel pousado ao meu lado, de novo sorrindo cheio de vida e decido que hoje não o escondo mais. Hoje vou levá-lo no bolso do casaco, vou tocar-lhe mil vezes durante o dia, os meus dedos vão abraçá-lo como se fossem as tuas mãos... e vou sorrir porque não foi um sonho. Foi verdade, a mais pura das verdades.

Com o coração cheio de força e de vida, saio com as tuas palavras nas mãos, escondidas junto ao meu corpo, e vou trabalhar mais feliz.
Porque o meu amor por ti está intacto. E porque não foi um sonho.

sexta-feira, 5 de março de 2010

No fundo da noite


Estás sempre comigo. Assaltas-me as insónias e desces comigo as escadas de madrugada, para vir beber água à cozinha. Sentas-te em frente a mim enquanto eu fumo. Vês-me chorar.
E não dizes nada.