quinta-feira, 29 de abril de 2010

A medida de todas as coisas


Falámos de amor e ódio, de partidas e de chegadas, de cansaço e de saudade... Falámos disto que nos une há tanto tempo já, isto que nos destrói e nos dá vida, isto que é céu e é inferno. Falámos de nós, de tantos recomeços e tantos fins, de sonhos e de ruínas, de fogo e de gelo... Falámos de horizontes perdidos e de esperanças secretas... Falámos. Falámos muito. E entre as minhas, a tua mão estava calma, quente, e nos teus olhos havia tudo aquilo que não soubeste dizer-me... Falámos das coisas que a razão diz e que o coração não escuta. Falámos disto que não morre, que existe entre nós e é grande, é enorme, é maior do que os nossos braços, é a medida de todas as coisas, o início e o fim de nós...
Chamamos-lhe Amor. E decidimos lutar.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um


É sempre assim amar-te: a certeza de que os nossos corpos, as nossas almas, são só um. E por isso este vazio quando tens que partir... Como se ao partires, nada de mim ficasse aqui... porque tudo o que eu sou partiu contigo.

sábado, 17 de abril de 2010

Na Pele


Depois do coração,
Tatuei-te na pele,
Para sempre...
Comigo...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um Amor de Mel

Escorres-me do pensamento até aos lábios, suspenso no peso da saudade, num vagaroso e espesso mel interior, que tudo arrasta. Sedoso, dourado, que te transporta no doce dos sentidos, misturado em mim. Algures, por debaixo da pele - entre um brilho de sol nas searas e passos descalços marcando a areia - vagueando em mim, entre músicas e imagens soltas à tua passagem, que te dissolvem no mar do meu peito, que ondula apenas quando te vai e vem buscar. Lentamente, sem pressa de chegares, aconchegas-te e ficas, na dança do teu sabor. Escorres-me em mel e em mel te conservo, todo este tempo e o que ainda há-de vir, neste favo da memória, que não parte com as abelhas nem morre com o perfume das flores. Um mel pegado aos lábios, um mel colado a um sopro do coração.