domingo, 24 de abril de 2011

Entendi tudo...


Entendi tudo o que me quiseste dizer sem verdadeiramente o fazeres. Conheço de cor os pratos da balança e qual o caminho, único, que surge nessa tua encruzilhada. Sei o que vai acontecer e talvez antecipe o desfecho. Ou, talvez, queira apaziguar a dor que a tua decisão, unilateral, possa causar.


A noite terminou abruptamente. Já não trabalho. Não posso... não consigo...

As tuas palavras circulam a uma velocidade atroz, de tal forma que já nada vejo. Penso em tudo o que é humanamente possível. Pareço um relógio... descontrolado... cujos segundos são marteladas em contagem constante e que me atingem aquele preciso ponto.


Talvez isto queira dizer que eu me reveja, dentro de alguns anos, neste exacto videoclip.

E, se assim for, há uma certa casa que deixará de existir em mim. Falta só saber quando terei a capacidade e a coragem definitiva de entregar a chave...


Não te preocupes... eu entendi tudo... alivio-te a dor... e tomo a decisão por ti...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Do Tempo


São três os dias. Três as noites. Ou serão já cinco? Ou mesmo sete? Tento fugir aos ponteiros do relógio. Às armadilhas da memória. Ou ao aperto do coração provocado pela saudade. Em vão. Em vão...

Hoje, ao fim de três dias, ouvi a tua voz. Alegre. Saudosa. Longe... muito longe...
Não consegui disfarçar a tristeza, por mais que tentasse. Não consegui soltar palavras de carinho ou amor. Não porque não as sentisse. Apenas porque o coração atravessado por uma dor estranha, crua, sofrida, me calou todas as palavras. Encerrou todos os sorrisos. E me deixou só... de novo...

"Falta uma semana" - disseste.
Quis repreender-te. Quis muito dizer que estás tão errada. Mas respirei fundo, olhando o mar que me acompanhava os passos, e segurei o telemóvel junto ao ouvido, deixando sair apenas um suspiro. Porquê uma semana? Já não bastava esta? Porquê mais três dias? Ou serão cinco? Ou mesmo sete?

(...)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

É em ti


É no teu corpo que me reergo, quando não sou mais do que uma silhueta cansada da batalha dos dias.

É nos teus olhos que me reencontro, de todas as vezes que troco as coordenadas dos dias.

É nas tuas mãos que seco as asas moribundas e molhadas dos vendavais que atravesso.

É no teu sorriso que sempre encontro uma luz que me guia os caminhos do coração.

É no teu amor que eu revivo e renasço de todas as lutas, que me recupero de todas as perdas e me faço mais forte.

É em ti que vivo, meu princípio e meu fim.

É em ti, meu amor. Minha água. Minha vida.