segunda-feira, 29 de junho de 2009

Para Sempre


Deixa-me guardar-te assim. Assim, nessa simplicidade quase imóvel. Deixa-me guardar-te para sempre. Sem dizeres nada. Assim. Sem te aperceberes sequer que te guardo fundo, dentro de mim. No sangue e na alma. Numa nuvem. Algures, entre a pele e os lábios. Assim, tão perfeito que feres o olhar como um sol. Assim, para que te possa ver para sempre. Sobrevivendo ao tempo e a qualquer intempérie que sobre nós se assole. Sobrevivendo a tudo. Para que te possa ver de olhos fechados. Para sempre. Sempre.

sábado, 27 de junho de 2009

Anymore!

You will never hurt me again.
Believe me! Anymore!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Poder da Saudade...


A saudade jorrava naquelas duas bocas famintas. Tinham imensa fome uma da outra. Uma fome de beijo... de gosto... de calor e humidade. Uma fome imensa. E quando finalmente se encontraram... uma descarga de energia percorreu aqueles lábios que num beijo apaixonado se fundiram...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tabuleiro da Vida


Às vezes mordemos o lábio inferior e cedemos aos nossos sonhos e desejos. Amordaçamos a razão e damos voz ao coração. Mas há episódios do dia-a-dia que logo nos colocam no nosso devido lugar. E a razão emerge, fortalecida. Mais uma vez o coração perdeu...

Nunca me esqueças...


Lembra-te de mim no interior dos frutos. No prolongar da frescura dum salpicar de mar pela pele queimada. Numa onda mais demorada, enrolando-te nos meus olhos. No meu cheiro. Lembra-te de mim na sonoridade de uma palavra. Sussurrada. Que sobressai de todas as outras ao ouvido, e te passa a visitar durante os dias. Dançando baixinho, aconchegada. Lembra-te de mim num morder de lábios imprevisto. Num toque. Na leveza colorida do rebentar de uma bolha de sabão. Numa melodia única que te traga o meu sabor. Lembra-te de mim no cair da noite. No silêncio dos corpos. Lembra-te de mim assim, quando menos esperares uma lembrança.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Por dentro


E quando se encontravam, ele virava-a do avesso e beijava-a por dentro lentamente num fundo abraço e ela escrevia com letras de poemas o nome dele no lado de dentro do coração.

segunda-feira, 22 de junho de 2009


it’s come to this now
a silent war
no words
no actions
just a silent goodbye

sábado, 20 de junho de 2009

Uma história de Amor


No momento em que o cortejo nupcial saía da capela, a Andorinha viu o Gato no seu canto. Não sei que jeito ela deu no voar que conseguiu derrubar sobre ele uma pétala das rosas vermelhas do seu buquê de noiva. O Gato a colocou sobre o peito, parecia uma gota de sangue.
Já não havia futuro com que alimentar seu sonho de amor impossível. Noite sem estrelas, a da festa do casamento da Andorinha Sinhá. Apenas uma pétala sobre o coração, uma gota de sangue.
A música doía-lhe no coração. Tomou da pétala de rosa: olhou mais uma vez o parque coberto pelo Inverno, saiu andando devagar. Conhece um lugar longínquo... O Gato tomou a direcção dos estreitos caminhos que conduzem à encruzilhada do fim do mundo.
Quando passou em frente à casa da festa, viu os noivos que saíam. A Andorinha também o viu e adivinhou o rumo de seus passos. Qualquer coisa rolou então dos céus sobre a pétala que o Gato levava na mão. Sobre o vermelho de sangue da pétala de rosa brilhou a luz da lágrima da Andorinha Sinhá. Iluminou o solitário caminho do Gato Malhado, na noite sem estrelas.
Aqui termina a história.
Jorge Amado, O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, uma história de amor

domingo, 14 de junho de 2009

Entre o Céu e o Mar...

Numa Sonata a Duas Mãos...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Compasso de espera


Estou pronta. Apenas alguns minutos me separam de ti. Vou entregar-te a minha saudade num beijo infinito e estreitar-te nos meus braços cheios da tua ausência. Olho o relógio com ansiedade e no meu peito há borboletas inquietas... Queria apressar o tempo para que a vida nos concedesse mais uns momentos de água... Não posso... Por isso espero.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Azul profundo...


Tocar-te em cores de fogo. Num arrepio de mar. Azul. Tocar-te da cabeça aos pés. Nos lábios. Nos cabelos. Num curvilíneo deslizar. Do queixo ao pescoço. Tocar-te no espaço vedado ao tempo e aos olhares. Tocar-te por inteiro. Pelo avesso. Tocar-te numa embriaguez à deriva pelo teu corpo. Numa imensidão de sentidos. Sem perguntas. Sem porquês. Tocar-te com mãos de anémonas. Medusas lentas. Quentes. Diluíndo pela pele um desejo volátil. Evaporando suspiros à passagem. Torpores, palpitando vida na pulsação. Tocar-te e sentir-te o cheiro. A mar. Mar azul profundo... E naufragar em ti.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um Coração a Dois


Lembro-me bem daquele dia. Chegaste perto de mim, com aquele teu olhar lindo e doce de menina, e disseste: “D. tenho uma coisa para ti”. Eu sorri, curioso, à medida que me ias mostrando a mão fechada. Olhaste de novo para mim e, um pouco temerária, acrescentaste: “Sabes, isto não vale nada mas tem um grande significado”. Abriste a mão lentamente e mostraste-me aquele pequeno coração de metal. Sorri de novo. Sei o quanto adoras corações e aquele pequeno objecto tinha um grande significado para ambos. Recebi-o com carinho e coloquei-o junto ao peito, num pequeno fio. Olhei para ti e disse: “O teu coração vai estar sempre comigo… junto ao meu”. Selamos aquele momento com um beijo terno e doce. Pouco depois contaste-me que havias encontrado o pequeno coração, já meio amolgado, na calçada do passeio. Que foram para ele o teu olhar mais atento enquanto caminhavas. E que, num ápice, o apanhaste antes que alguém ousasse roubar aquele tesouro. Enquanto escutava atentamente, apaixonado pelas tuas palavras profundas, imaginava o quanto o teu olhar brilhou e o quanto o teu coração palpitou, no momento em que viste aquele pequeno coração perdido na imensa calçada. Faz-me recordar quando disputamos cada palmo de areia à procura de beijinhos. Adoro ver-te sorrir meu amor. Há uma aura tão luminosa que invade o meu peito e me faz amar-te perdidamente… Hoje, não raras vezes, à noitinha, quando todo o mundo já dorme, pego naquele pequeno coração de metal e sinto-te bem junto a mim… as nossas mãos entrelaçadas… como um só (coração)…

domingo, 7 de junho de 2009

Eu sei...



E tu também sabes meu amor...
... que eu sempre vou amar-te...

sábado, 6 de junho de 2009

Meu D...


Não sei como começar. Não sei por onde começar... Faz hoje uma semana que vivi contigo uma das noites mais bonitas da minha vida... lembras-te? Tu disseste que os meus olhos estavam felizes... e estavam! E eu disse-te que sentia medo... Sempre senti medo deste amor avassalador que nos une, que rompe o peito e estilhaça a vida em mil pedaços quando tu não estás. Este amor único nos seus contornos, puro, difícil de viver, como se tentássemos todos os dias matar a sede com água salgada... Este amor de saudade, de falta, de ausência... mas também de sol e de mar, que me fez tão feliz nestes dois anos que partilhei contigo. Este amor de água. De vida. De luz. A luz do teu sorriso...
Hoje partiste de mim mais uma vez. Pela última vez. E desde que te foste, há em mim um labirinto negro onde me perco, onde tento guiar os meus passos na direcção de uma luz que não existe, já não existe... Não sabia que o fim tinha este sabor a morte... Algo morreu dentro de mim desde que saíste. Talvez tenha sido eu própria que não existo mais, matei a mulher que amaste no momento em que partias. Esta que te escreve agora, é já outra, não mais a mesma... A mulher que amaste pegaria em todas as armas e lutaria por ti, mais uma vez... e outra... e outra ainda... até ao fim do mundo se assim fosse preciso. Esta, desistiu... Desistiu de agarrar o vento nas mãos... Tu és assim, como o vento que adoras, livre, sem amarras, invisível quando queres, destruidor tantas vezes...! Amei-te tudo o que sabia, o melhor que sabia... Não foi suficiente, eu sei. Talvez por isso, fico encostada a esta dor, imóvel e tão fria como a noite. E espero. Espero com esperança que o tempo apague esta dor cortante e me deixe só a memória do nosso amor tão raro... tão improvável... tão lindo e especial...
Amo-te muito... sabias? Tu fizeste de mim uma pessoa melhor do que eu era, mas mostraste-me também que na vida há equações cujo resultado nem sempre é um número par, ou inteiro... Saio assim da tua estrada, com um coração ímpar e partido... mas com a certeza absoluta de que contrariando toda a lei das probabilidades, tu foste a metade que me completava, a peça que me tornava inteira, o meu princípio e o meu fim... Hoje tento imaginar os meus dias sem ti... e assusta-me... Terei que reaprender a viver, com esta dor no peito e esta saudade que não morrerá nunca... porque o tanto que eu te amo é infinitamente maior que qualquer outro sentimento que guardo hoje no coração e vencerá a distância, a ausência, e até o silêncio.
Nunca te esquecerei. Isso simplesmente não é possível... e sei que também não morrerei nunca dentro de ti. Tenho esperança que me guardes com carinho dentro do peito e que pela vida fora, me evoques com uma saudade doce e com um sorriso inesperado... Quero ser uma memória boa, que não te magoe, que fique só ali aninhada, a iluminar os teus momentos de solidão... Nunca quis magoar-te, meu D., no fundo tu sabes e eu sei que nós nunca quisémos magoar-nos... Mas por tê-lo feito, perdoa-me... ou tenta perdoar... e recomeça. Agora já sem mim, recomeça sem sombras a tua busca da felicidade, recomeça com o teu sorriso tão doce, que enchia de sabor a minha boca e de luz a minha vida. Eu estarei sempre contigo.

Este espaço que era nosso, termina hoje aqui. Não escreverei nunca mais, mas fica assim, como o abandonaste. Quero poder voltar e ler as tuas palavras, as que escreveste para mim, sempre com o coração... Quero poder entrar aqui e sentir os teus dedos como música, tocando-me o corpo e a alma... Quero vir aqui sempre que for preciso manter a lucidez, recuperar o equilíbrio, espantar as dores mais negras da saudade... e ler-te-ei, meu amor, e ficarei o tempo que for preciso abraçada a ti, para que o meu mundo não desabe... escutando todos os ecos dos teus passos nesta SONATA A DUAS MÃOS...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

I leave...


I´m leaving...
from this empty place...