Este espaço foi o meu segredo mais bonito. Foi a única casa possível, quando no mundo inteiro não havia outro abrigo... Era um local sagrado, onde nada me poderia atingir e onde nunca houve censura para as palavras. Muitas vezes escritas por impulso, elas foram ponte e barco e cais, partida e chegada, estranha dança solitária ao som de uma sonata tocada a duas mãos. As tuas. E as minhas. As nossas mãos. O nosso segredo, num mundo onde nunca houve lugar para nós.
Hoje fecho as portas do meu segredo mais belo e deixo-o na escuridão e no silêncio... Comigo levo todas as palavras e o que resta do meu coração.