Entro neste ninho, neste abrigo, neste blog tão bonito e inevitavelmente as lágrimas caem, uma dor terrível abre-me o peito e faz-me vacilar. Olho os sonhos perdidos, quebrados no chão em mil pedaços e sinto que uma parte de mim morre aqui, neste espaço, hoje e agora. Já não sonho mais. Já não luto mais. Foi-me dado o único argumento que me faria desistir e é agora tempo de encarar a realidade. Só uma coisa me faria continuar a lutar, a revoltar-me, a virar-me do avesso para te encontrar: o teu amor. Uma solidão gelada e fria, muito fria e muito negra, dói-me cá dentro, arranca-me pedaços de vida e atira-me para o silêncio. Como se recomeça depois disto? Como se vira a página e se reescrevem os dias? Uma parte de mim fica aqui, enterrada nestas palavras que foram sempre verdade... e não mexo em nada. Deixo tudo arrumado e saio uma mulher destruída, vazia, cheia só de sofrimento. Não voltarás a ouvir a minha voz, nada te impedirá a caminhada que eu desejo seja muito feliz. Quero-te muito bem. Quero que cumpras os teus sonhos, sejam eles quais forem, e quero sobreviver a isto. Provavelmente nunca conseguirei ultrapassar a dor. Tu foste o homem da minha vida, já to tinha dito, e isso nenhuma desilusão apaga. Ainda bem que te conheci, que me foi permitido amar-te e sonhar contigo. Vivemos juntos coisas inesquecíveis, momentos maravilhosos, demo-nos um ao outro com coragem e persistência, enganamos os deuses... Mas não foi suficiente...
Desejo-te toda a felicidade do mundo.
Fica bem.
Este blog não será eliminado e nada nele será alterado, ou apagado. Fica assim, como nasceu, e as emoções que nele vivem são pedaços da minha vida que não desejo esquecer. Um dia, quando a dor já não me rasgar a alma, entrarei para reler todos os textos. E sei que nesse dia, algo muito forte vai voltar a bater no meu peito.
À Viviane e à Aline, que seguem este espaço, fica o meu carinho. Obrigada por terem lido aqui emoções que respeitaram sempre e que vos fizeram voltar. Não importa porque razões, a minha relação com o D. terminou ontem. O meu amor por ele, não. Mas este blog silencia-se hoje.
Eu estarei sempre aqui.
Beatriz