quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Encerrado


Este espaço foi o meu segredo mais bonito. Foi a única casa possível, quando no mundo inteiro não havia outro abrigo... Era um local sagrado, onde nada me poderia atingir e onde nunca houve censura para as palavras. Muitas vezes escritas por impulso, elas foram ponte e barco e cais, partida e chegada, estranha dança solitária ao som de uma sonata tocada a duas mãos. As tuas. E as minhas. As nossas mãos. O nosso segredo, num mundo onde nunca houve lugar para nós.
Hoje fecho as portas do meu segredo mais belo e deixo-o na escuridão e no silêncio... Comigo levo todas as palavras e o que resta do meu coração. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fomos quase milagre


E naquela noite os meus olhos pediam-te Resgata-me, resgata-me de mim, salva-me desta vida, deste corpo, arranca-me deste lugar onde eu estou e onde não quero ficar... Porque só tu o podias fazer, só tu o sabias fazer. Os meus olhos pediam-te ternura enroscada na curva do pescoço, as tuas mãos quentes amando-me com ternura as costas desfeitas... E os meus olhos diziam-te Só tu és o meu cais, abrigo, ninho, colo, só tu és a água que me mantém viva, o sol que me ilumina e dá força e coragem, me faz ser árvore forte que nenhum relâmpago rasgará... Naquela noite quis derrubar o tempo, muralha da China que me separava de ti, grade imensa da prisão dos dias, quis encontrar-te num lugar onde só se encontra quem se pertence, acredito que nesse milagre de ser para sempre... Cheguei até ti sem corpo, vazia de pele e de desejo, perdido algures, entre as horas que não dormi e o tempo em que me desgastei... Era apenas barco naufragado, ave de asas feridas a pedir-te o vento da bonança na bandeira da paz...
E tu chamaste-lhe desamor.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Feliz/Triste Natal


Acabei de receber o meu presente de Natal. Aliás, um presente que não me é estranho. Tantas foram as vezes, ao longo deste ano, que me fizeram questão de entregar ou deixar à soleira da porta, que é como quem diz via e-mail ou sms. O presente de que falo, sem embrulho ou ornamentação, tem lá dentro DISTÂNCIA, AUSÊNCIA e SEPARAÇÃO. Não tinhas o direito de mo entregar de novo. Prometeste que não o farias. Não desta forma. Não nesta altura do ano. Não, outra vez... Mas voltaste a deixar à minha porta. Quando o que eu mais queria era só te ter bem perto de mim...
Por isso saio uma vez mais. Porque chega de ser escorraçado. Lembra-te do cão perdido do teu post no outro espaço. Lembra-te e não mais te esqueças...

sábado, 26 de novembro de 2011

Tudo. Para sempre.

Acho que nunca te disse... Acredito que o que nos une possui uma espécie de magia, um encantamento qualquer, um feitiço que dor nenhuma neste mundo conseguirá quebrar. Acredito que tu e eu somos caminhantes, talvez de outras vidas, e que à face deste mundo, mesmo que vivessemos a milhões de kilómetros um do outro, mais cedo ou mais tarde nos encontraríamos. Acredito que eu te reconheci e tu me reconheceste, acredito que tu e eu nos pertencemos por direito e que mais ninguém conseguirá completar-nos como nós o fazemos. Sei-te de olhos fechados, sei as tuas emoções mais secretas, aquilo que te magoa e tudo o que te faz feliz, sei dos teus sonhos e dos teus medos... Sei o teu cheiro, o teu sabor, a textura da tua pele, a maciez do cabelo, a profundidade do olhar. Sei o bater do teu coração contra o meu. Sei-te decor, como diz aquela música tão linda... Sofro quando tu sofres e fico feliz quando tu estás feliz. Talvez por isso, recuso-me a ferir-te uma vez mais que seja. Talvez por isso, entenda este passo atrás como sendo a única forma de poder continuar a caminhar em frente, do teu lado.
Se tenho medo? Tenho sim, tenho muito medo... Tenho medo de te perder para sempre e isso seria a maior de todas as dores...! O resto não me assusta, porque tenho as tuas mãos entre as minhas, eu sei, eu sinto-as.
Imaginei-me a entrar naquela casa contigo, aquela, debruçada sobre o mar com as portadas castanhas sobressaindo na cal branca... Imaginei que subíamos as escadas de mão dada, até ao cimo, e ficávamos em silêncio a ver o mar, talvez também o sol a morrer no horizonte, a ouvir os gritos das gaivotas e a olhar o desenho das ondas... Imaginei que nos amávamos aí, no cimo do mundo, acima dos homens, tão perto dos deuses, e que estes, condescendentes, fechariam os olhos para não nos perturbarem... Tenho tanta pena de não a ter conhecido, aquela casa que te diz tanto e que eu não conheço... Tenho pena de não ter sabido tornar as coisas mais simples, de ter falhado e de te ter desiludido... Perdoa-me... Por favor, perdoa-me meu amor.
Amo-te tudo. Tudo. Tu sabes.

Quem sabe um dia...



Cada um de nós parte na sua viagem.
Cada um de nós segue o seu rumo.
Cada um de nós vai em busca de encontrar o que procura.

Cada um de nós vai ter de aprender,
A respirar sem o outro.

E, no fim,
Quem sabe um dia,
Tudo termine numa praia qualquer.

Quando as nossas mãos se tocarem,
Na apanha do mesmo beijinho.

Até lá, tu sabes o que eu sinto,
Da mesma forma que eu sei o que sentes,
A mesma palavra sagrada.

Amor...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Contigo...



Para que me sintas sempre contigo...
Sempre...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Espero-te aqui

Espero-te aqui, pela madrugada dentro, sabendo-te ainda vigilante e talvez pensando-me...
Espero-te aqui, até quando puderes regressar ao outro lado do espelho das nossas vidas tão multiplicadas...
Espero-te aqui, no silêncio tardio das madrugadas escuras...
Espero-te aqui...
Olho os ponteiros do relógio e passo as mãos pelas palavras na esperança que elas voem e te reencontrem algures, onde tu estás... 
Na esperança de que elas façam ninho no teu coração.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nós... e o Eclipse...


Somos como dois corpos celestes, tantas vezes perdidos e desencontrados num universo adverso, e que na alta rotação dos seus ciclos se encontram. Aí, dá-se o eclipse! E tudo faz sentido. Tudo! Mas o universo é tão grande, que nos tolhe os passos, reduzindo-os a pó estelar. Tantas vezes estamos assim, perdidos um do outro, perdidos do mundo. Somos assim, um eclipse… e o bom desta história é que os eclipses acontecem…

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fica esta noite

Preciso amar-te por isso digo fica esta
noite, depois os dias do nosso trabalho
farão luz sobre o tempo. Tenho na cabeça
a tempestade, reconheço as feridas, os golpes todos,
se lembro é porque quero esquecer. Fica esta noite,
mais outra, o tempo que demora a cumprir
a decisão de amar-te. E vamos fazendo
o curso dos dias com algumas opiniões parecidas
e ódio às coisas culpadas. A gente diz coisas de silêncio,
os andaimes da cidade tapando saídas, as horas certas
quando dizemos adeus. E que sentido têm
estas lágrimas? Eu vivo neste ano e já me esqueço
de mim, apenas vou precisar amar-te, depressa.
Vamos dar as mãos junto ao mar. Não gosto da tarefa
de ajudar a esquecer, preciso tanto amar-te,
vou ajudar a esquecer.

Helder Moura Pereira

sábado, 3 de setembro de 2011

Parabéns, meu D.

Num dia que é só teu, entro aqui em silêncio para te deixar um poema. É um poema simples, fala de sol, de risos, de mar e de vento, de ternura e de saudade, fala do teu perfume no rasto da minha pele... Mas sabes, as palavras não nascem, algo as calou para sempre e eu não sei dizer o poema que tinha para te oferecer... Digo-te só Parabéns... Assim, em silêncio, para que só tu ouças... Para que mais ninguém saiba, porque há poemas que são só para os teus olhos... Como este.

Beijo-te... e abraço-te com amor.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sem ti...



Não posso esconder-to e não quero mentir-te... Custar-me-ão as manhãs sem o teu sorriso do outro lado da mesa, a sms a sorrir um "bom dia" que ilumina tudo... Custar-me-ão as tardes sem a tua voz, a tua companhia do meu lado, as tuas mãos entre as minhas enquanto conduzo... Custar-me-ão os entardeceres vazios de ti, sem o café cheio de olhares e de palavras... Custar-me-ão as noites, as longas noites silenciosas e solitárias, sem a tua mão a um minuto de mim... Mas... Mais do que tudo isto, custar-me-ão as madrugadas, negras, caladas, onde teimosamente te pensarei até que o cansaço me vença.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Amar-te

Amar-te foi sempre o terror de te perder. O terror de ficar sem ti. Amar-te é o coração à desfilada dentro do peito, é ver-te chegar ao longe e reconhecer-te entre mil, é saber de cor o teu cheiro, o teu sabor. Amar-te é saber que só na tua boca, no beijo trocado com loucura, sinto que cheguei a casa. Amar-te é o primeiro pensamento do meu dia, amar-te é o último pensamento do meu dia. Amar-te é sentir-me partida a meio porque tu és a outra metade de mim. Amar-te é esperar-te. A vida toda, se for preciso.
Amar-te é viver no terror de te esquecer. Porque esquecer algum detalhe de ti, seria esquecer um pedaço de mim.

Amar-te é para sempre.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Quando o Amor não basta

Entro aqui para te encontrar, para te sentir a presença, encostada às palavras que escreveste para mim. Sinto o frio da ausência, da solidão, talvez do abandono... Pergunto-me onde teremos nós falhado, sabendo que agora isso nem sequer é importante... Falhámos os dois... E essa é a única coisa que verdadeiramente interessa.
Quero que saibas que o abismo em que sinto termos caído, é o mais fundo que já vivemos juntos... E chega uma altura, quando se ama demais, em que não pode existir egoísmo, em que temos que parar para pensar no outro... E eu penso em ti, a esta hora talvez com o olhar preso à tv, entretido num filme qualquer... Penso na tua serenidade, na paz que procuras e dizes que eu te roubo... Penso na distância fria entre nós... No silêncio. Penso no que fomos sempre um para o outro e no quanto teimamos em perder-nos, em lutar contra o outro, numa roda viva de emoções que rasga tudo cá dentro... Penso nas palavras que foram ditas e no seu significado... Penso.

Sinto-me só... Muito só. E triste. Porque este amor teria merecido mais do que orgulho e desprezo. Porque sinto que este amor, apesar do tamanho, apesar da força, não basta para sermos felizes.

Talvez por isso, só por isso, apago o sol que sempre foste, bato a porta devagar e saio para as sombras.

terça-feira, 19 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

À Cabeceira...


Olho para o relógio e a enxaqueca não me larga nem por um segundo. Puxo de um cigarro. Mais um. Hoje até perdi a conta. O dia está quase a chegar ao fim. Um dia que acordou soalheiro e terminou triste. Que teria tudo para ser especial. Para ser comemorado, festejado e vivido com muita alegria e felicidade. Mas não foi…

Adivinhava o quanto ia ser difícil para mim. O não fazer parte da tua vida... dos teus dias... e tu o sabias. Fui-me abaixo completamente. Perdidamente. Não vivi o dia 16 de Julho como queria e sonhava… um dia que está prestes a terminar… enrolado no silêncio de uma noite escura e fria… um dia onde fui um nada...

(Desculpa)

Silêncio. Ausência. Clandestinidade.
Se não me ajudares a combater isto, a inverter a tendência de uma cruel balança, eu não serei capaz de aguentar mais um único golpe...

Com o coração cheio de amor, deixo-te um beijo...
E uma flor de lótus. Que pousei à cabeceira deste mar...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Se não fosses tu



Fecho todas as portas para o mundo e fico neste silêncio, abraçada a ti... Se não fosses tu, quem distrairia a solidão da noite? Quem guardaria o barulho da chuva e as sombras das nuvens? Se não fosses tu, quem abriria este mar cúmplice das lágrimas e dos risos? Se não fosses tu, meu amor, onde assassinaria esta saudade?

domingo, 3 de julho de 2011

A Única Culpa Que Carrego (AMAR)


Estás a "Anos-Luz" da mulher que conheci. E hoje desrespeitaste-me e/ou desprezaste-me com mais um dos teus silêncios mórbidos...
Eu não merecia...
Não merecia...


Amar não pode ser um verbo "vão".
Comigo NUNCA será!

domingo, 19 de junho de 2011

No Meu Beijo


Enquanto espero que me digas que chegaste bem, aproveito para te deixar um beijo na nossa casa, para que te sintas amada quando colocares a chave na porta e sentires a minha presença.

Hoje quis prolongar a noite ao máximo. Prolongar o afecto, o carinho, a sedução e o prazer. Quis porque a saudade era imensa. É imensa e não se esgota!

Acho que é isto o Amor. Esta urgência, esta necessidade, a vontade incessante de te ter do meu lado e contigo partilhar os dias, as noites, a vida... Sim, a vida...

Por isso nunca me fui verdadeiramente embora, apesar de o ter dito dezenas de vezes. Porque este Amor me invade o peito e faz-se presente, com o teu nome cravado no peito. Trocaria a minha vida para te ter sempre comigo...

Até amanhã minha VIDA.

(Agadoizó)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Da Liberdade Para Amar...


Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, e alegrar quem o observasse.
Um dia, uma mulher viu o pássaro e apaixonou-se por ele. Ficou a olhar o seu voo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rapidamente, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: “Vou montar uma armadilha. Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais.”
O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e ficou preso na gaiola.
Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objecto da sua paixão, e ela mostrava-o às suas amigas, que comentavam: “Mas tu és uma pessoa que tem tudo.”
Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava de o conquistar, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido da sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio – e a mulher já não lhe prestava atenção, apenas prestava atenção à maneira como o alimentava e como cuidava da sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e passava a vida a pensar nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente por entre as nuvens.
Se ela se observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, a sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater à sua porta. “Porque vieste?” – perguntou à morte.
“Para que possas voar de novo com ele nos céus”, respondeu. “Se o tivesses deixado partir e voltar sempre, amá-lo-ias e admirá-lo-ias ainda mais. Porém, agora precisas de mim para poderes encontrá-lo de novo.”

quarta-feira, 25 de maio de 2011

No teu abraço

Limpo uma lágrima teimosa e tento calar o coração. O pensamento voa para ti, único cais de todas as partidas, de todas as chegadas... Na memória existe o teu abraço, tão forte, tão meu...! É nele que me centro, para não me perder de mim, centro-me nos teus braços apaixonados apertando-me contra ti, fortes e serenos, quentes e seguros.
Centro-me no teu abraço, a casa do meu corpo.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

My Flame



É assim o meu peito.
Uma chama viva que me consome o sangue.
Arde coração... arde...

Labaredas se agitam ao ritmo de uma saudade inconsumível.
De uma urgência urgente.
Cujo sentido o coração há muito traçou...

O da chama que me faz soltar a palavra sagrada.
(...)
E beijo-te...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Uma só palavra

Ando tantas vezes perdida no meu silêncio... ou às escuras dentro de mim, não sei bem... Mas hoje sinto palavras nascerem-me por dentro. Inquietas agitam-se, ganham força e deslizam-me até aos lábios... Nadam por dentro das minhas veias, fazem-se ágeis no correr do sangue até emergirem, ganharem asas e voarem livres para ti... Deixo-te só uma, pousada nos lábios entreabertos com que me beijaste hoje. A que tu já sabes de tanto ta dizer de tantas formas. A palavra mais simples, a mais pequena, mas que só a ti pertence.

domingo, 24 de abril de 2011

Entendi tudo...


Entendi tudo o que me quiseste dizer sem verdadeiramente o fazeres. Conheço de cor os pratos da balança e qual o caminho, único, que surge nessa tua encruzilhada. Sei o que vai acontecer e talvez antecipe o desfecho. Ou, talvez, queira apaziguar a dor que a tua decisão, unilateral, possa causar.


A noite terminou abruptamente. Já não trabalho. Não posso... não consigo...

As tuas palavras circulam a uma velocidade atroz, de tal forma que já nada vejo. Penso em tudo o que é humanamente possível. Pareço um relógio... descontrolado... cujos segundos são marteladas em contagem constante e que me atingem aquele preciso ponto.


Talvez isto queira dizer que eu me reveja, dentro de alguns anos, neste exacto videoclip.

E, se assim for, há uma certa casa que deixará de existir em mim. Falta só saber quando terei a capacidade e a coragem definitiva de entregar a chave...


Não te preocupes... eu entendi tudo... alivio-te a dor... e tomo a decisão por ti...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Do Tempo


São três os dias. Três as noites. Ou serão já cinco? Ou mesmo sete? Tento fugir aos ponteiros do relógio. Às armadilhas da memória. Ou ao aperto do coração provocado pela saudade. Em vão. Em vão...

Hoje, ao fim de três dias, ouvi a tua voz. Alegre. Saudosa. Longe... muito longe...
Não consegui disfarçar a tristeza, por mais que tentasse. Não consegui soltar palavras de carinho ou amor. Não porque não as sentisse. Apenas porque o coração atravessado por uma dor estranha, crua, sofrida, me calou todas as palavras. Encerrou todos os sorrisos. E me deixou só... de novo...

"Falta uma semana" - disseste.
Quis repreender-te. Quis muito dizer que estás tão errada. Mas respirei fundo, olhando o mar que me acompanhava os passos, e segurei o telemóvel junto ao ouvido, deixando sair apenas um suspiro. Porquê uma semana? Já não bastava esta? Porquê mais três dias? Ou serão cinco? Ou mesmo sete?

(...)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

É em ti


É no teu corpo que me reergo, quando não sou mais do que uma silhueta cansada da batalha dos dias.

É nos teus olhos que me reencontro, de todas as vezes que troco as coordenadas dos dias.

É nas tuas mãos que seco as asas moribundas e molhadas dos vendavais que atravesso.

É no teu sorriso que sempre encontro uma luz que me guia os caminhos do coração.

É no teu amor que eu revivo e renasço de todas as lutas, que me recupero de todas as perdas e me faço mais forte.

É em ti que vivo, meu princípio e meu fim.

É em ti, meu amor. Minha água. Minha vida.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Estou Aqui. Tu Sabes.


Estou aqui. Tu sabes.

Não tens que ter medo. Não estás só. Nunca estarás enquanto me quiseres do teu lado. Enquanto eu conseguir ser a outra metade do teu pendente em forma de coração. Chega de lutar um contra o outro numa batalha em que nenhum de nós sairá vencedor.


Estou aqui. Tu sabes.

Definhamos a vida vezes sem conta. Quando o nosso lugar é um só. Urge a capacidade de sarar as feridas, esquecer as cicatrizes e acreditar que é possível um lugar ao Sol.


Hoje escolhi esta imagem. É uma romã. O meu fruto preferido. Sabes, quando era mais garoto, passava o início da tarde de domingo a ver a Fórmula 1 na sala da casa dos meus pais, enquanto me entretinha a comer uma romã. De vez em quando o bago trazia aquela pele verde e amarga. Mas a paciência valia todos os sacrifícios.


A romã é um pouco como a nossa vida a dois. Encontramos um sem número de obstáculos, mas quando, finalmente, somos um só, sentimos cá dentro que só assim há um sentido na relação que decidimos abraçar, contra o mundo...


Por isso meu amor, desafio-te a abraçares comigo as pedras da calçada. A encarar o tempo sem tempo. A viagem sem partida e sem regresso. A vida, comigo!


Estou aqui. Tu sabes.

Um beijo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Soon...




I wasn´t good enough. Maybe misunderstood. Or expecting for a person something that doesn´t exists anymore. That’s why I´m packing my stuff. Soon it´s time for me to leave... all the places...

domingo, 20 de março de 2011

...


O que me dói não são as palavras que nestes anos todos ficaram por dizer. O que verdadeiramente me dói são os silêncios que nunca habitamos do mesmo lado...

sexta-feira, 18 de março de 2011

está tudo errado...


Quando mendigamos o amor de alguém,
está tudo errado...
Quando pedimos migalhas e voltamos de mãos vazias,
está tudo errado...
Quando não nos sentimos minimamente amados,
está tudo errado...
Quando tudo é mais importante que "nós",
está tudo errado...
Quando a ausência não pesa na balança dos dias,
está tudo errado...

Quando pensamos que finalmente tudo faz sentido... Quando damos o maior passo da nossa vida há uma semana e sentimos que fomos defraudados... Quando, afinal, pedimos para amar e nem isso somos correspondidos... então tudo está mesmo errado...

Eu não posso continuar mais a errar... nem acreditar em alguém que diz uma coisa e faz outra... em alguém que assume um compromisso e depois volta atrás... em alguém que não me ama na mesma proporção que devia...


Tens que saber viver com a tua consciência. Já que desaprendeste a viver com o coração...
E quando isso acontece,
está tudo errado...

Sometimes...

domingo, 13 de março de 2011

A um minuto de ti


Fujo para ti, porque quero fugir do mundo. Fujo para ti, para a memória única do dia de ontem... Volto a abraçar-te, a beijar-te na rua, a dar-te a mão sobre a mesa, a olhar-te bem fundo, sem medo, dentro dos teus olhos. Ouço de novo as tuas palavras, a alma dentro das tuas palavras, a alma deste amor que nos une e é imortal... Sinto saudades. Sinto tantas saudades que abro a porta e nesta noite de chuva fujo para ti, para onde te encontras agora... Entro silenciosamente, debruço-me sobre o teu corpo tenso e cansado e beijo-te o cabelo, desço as mãos pelo teu pescoço e massajo-te os ombros doridos. Tento esvaziar-te dessse cansaço e fazer-te esquecer as horas de trabalho que ainda te aguardam... Sento-me ao pé de ti, sem dizer nada, dou-te a minha mão e tu puxas-me com suavidade para a tua beira. Abraças-me e não dizes nada. Dançamos lentamente ao som da música que sempre se ouve e baixas as luzes deixando o aposento na penumbra... Fumamos juntos o mesmo cigarro olhando-nos nos olhos, apagando a saudade...
(...)
O resto tu já sabes, meu amor.

sábado, 12 de março de 2011

Perfect Together


Este dia maravilhoso termina e com ele nasce a eterna saudade. Do teu cheiro. Do teu sorriso. Do teu calor. Das tuas mãos. Do teu amor (agora um pouco mais longe). Termina um dia eternamente feliz mas nasce na noite a gravura de uma Igreja que às 3 da tarde transformou a minha vida. E, agora, tudo faz (ainda mais) todo o sentido. E, como o prometido é devido, adormeço contigo no mesmo sonho que juntos construímos à porta do Céu...

Todos os dias da nossa vida


quinta-feira, 10 de março de 2011

10 de Março: O Elogio do (nosso) Amor


Aprendi a ler as sombras nos teus olhos. São frias e escuras, como o abismo que existe no fundo do mar... São sombras tristes que te turvam o olhar e te enegrecem o sorriso... Mas tu és também feito de sombras, afinal... Por isso aprendi que há um mundo onde te moves, onde te escondes, muitas vezes para lamber feridas e apaziguar o coração magoado, e onde não posso entrar, onde nada posso fazer a não ser esperar-te... E tu sempre voltas, com o teu sorriso de sol, as mãos cheias de fome da minha pele, o teu perfume esperando o meu... Voltas sereno, a tranquilidade na ponta dos teus dedos, as palavras embrulhadas num mel que se agarrra a todas as sílabas...
Aprendi que tu és assim. Que recusas a confortável etiqueta da mediania e te concentras nos extremos e para ti a vida é só a preto e branco, a quente ou a frio, ácida ou doce... Recusas a barreira confortável do equilíbrio e mergulhas sem medo no radicalismo dos teus passos... Aprendi que és assim, meu amor. Aprendi a amar-te assim, tão ferido das batalhas que travámos, e tão feliz das vitórias que alcançámos...
Ao fim de quatro anos, foi isto que aprendi. E perdoa-me se te parece tão pouco... Perdoa-me se nem sempre te amo como esperavas que o fizesse, perdoa-me se tantas vezes não consigo manobrar o nosso barco e me deixo afundar...
Ao fim de quatro anos eu sou uma pessoa mais rica, sou uma pessoa melhor, porque te tive comigo, porque me ensinaste tantas coisas... Porque continuas a fazer-me sonhar sonhos lindos, como por exemplo aquela varanda num décimo andar onde abraçados veremos um dia todos os entardeceres... Aquela varanda onde haverá sempre um cheiro a mar e uma luz rubra e quente, a luz de todos os poentes que viveremos... até que a morte nos separe.

Ao AMOR (Para Sempre)


Hoje, 10 de Março, comemoramos 4 anos de união… a um Amor Forte, Único, Improvável, e que lutamos para que continue a ser Possível. A caminhada até aqui, e só nós o sabemos, foi tudo menos fácil. Aliás, só com muita entrega, sacrifício, luta (incluindo a interior) e uma quanta dose de loucura tem sido possível continuar a escalada rumo a uma felicidade que almejamos para nós. Sabes, meu amor, há uma vida antes de 2007 e uma que passei a viver depois do dia 10 de Março desse ano. Uma vida que só faz sentido contigo do meu lado. A meu lado…

Jamais poderia imaginar que aquele final de tarde, quando te conheci, à mesa de um café, pudesse mudar o rumo de tudo o que então conhecia e tinha como adquirido. Gostei de ti mal trocamos as primeiras palavras. Ainda hoje me interrogo a facilidade e simplicidade com que nos demos tão bem. (Estava escrito nas estrelas eu acho… nas estrelas azuis). Só nós, num café quase vazio, a trocar as primeiras confidências. A conhecermo-nos melhor. A apaixonarmo-nos sem que o soubéssemos. De frente um para o outro partilhamos tanta coisa. Mais depressa que as palavras que proferíamos. E algo em mim me dizia para ir ao teu encontro. Para te proteger. Porque não te queria ver sofrer…

Os laços estreitaram-se à velocidade de um sentimento, cá dentro, que não percebíamos, mas que não queríamos rejeitar. A urgência, a saudade, o desejo começaram a fazer parte do vocabulário dos nossos dias. Até ao dia em que chegou o primeiro beijo. Neste mesmo local onde me sento e escrevo. Aí, selamos um Amor que sabemos que é para a vida…

Ao longo destes 4 anos, registamos e perpetuamos aqui neste blog, nesta que é a nossa casa, muito do que vivemos, sentimos e sonhamos. Sabemos que vasculhamos a areia à procura de beijinhos do mar e muitas vezes encontramos ouriços com afiados espinhos. Sabemos que lutamos contra o mundo. Mas sabes, temos vencido. Sobrevivemos a um infinito número de desencontros. E hoje a minha mão ainda tem a tua. Ainda hoje a tua aliança brilha no meu dedo. Ainda hoje o nosso amor é o que mais me importa…

Hoje renovamos votos. Sabemos que o futuro pode ser incerto e traiçoeiro. Entendemos que vamos lutar contra muitas adversidade, até contra nós mesmos, mas eu sei que tu serás forte. Serás os meus olhos quando não conseguir enxergar, serás as minhas mãos quando me sentir perdido, e terás, contigo, o meu bem mais precioso: o meu coração. Ele que há 4 anos te pertence por inteiro. Que há 4 anos vive e pulsa contigo… em ti…

De repente, dou por mim a exceder-me nas palavras, sentindo que tanta coisa ficará por dizer. Mas só uma me importa. Que saibas, hoje e sempre, que te amo muito. Que sintas que és a mulher da minha vida. Que te quero para sempre, neste mundo e no(s) próximo(s). E que ao longo destes 4 anos me consegues fazer o homem mais feliz do mundo. E que é por momentos como os de hoje que tudo vale a pena. É por esta felicidade que vive cá dentro, que me faz tão feliz, que eu acredito… em nós… neste amor…

É por tudo isto e muito mais que te Amo de Corpo e Alma. E que um dia morrerei com o teu nome nos meus lábios… “minha pequena”… no meu último suspiro… when the stars go blue…

terça-feira, 8 de março de 2011

Não foi assim que morri


Eu queria morrer nos teus olhos.
Queria ter como mortalha
os entardeceres que passámos
abraçados junto ao mar.
Eu queria que a marcha fúnebre
fosse a tua cristalina gargalhada...
E que de mim dissessem apenas:
Morreu de Amor.

sábado, 5 de março de 2011

Quando... Tudo... Depois de Amanhã...


Quando nos situamos num plano inferior secundarizado,
Quando nos afundamos lentamente num poço de areias movediças,
Quando nos desacreditamos com as evidências,

Tudo acaba,
Tudo morre,
Tudo deixa de existir,

O dia depois de amanhã...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Com alma de gente...


Os dias passam devagar. Breves raios de sol cortam a monotonia do silêncio. As distâncias, por vezes, acentuam-se de tal ordem que é melhor não pararmos para pensar. Pensar no quê afinal?! Não restam muitas opções senão esperar e manter a serenidade. A mesma que nos falta em tantas horas, quando a solidão impõe as suas regras e ficamos submissos a esse estado de espírito por vezes implacável. É como um livro que lemos devagar. Absorvemos cada palavra. Cada emoção. Dizem que uma andorinha não faz a Primavera. Mas ajuda...
Assim têm sido os meus dias. Que perpetuo neste blog tão desoladamente abandonado. Fico triste quando parece não haver motivos para escrever. Então eu escrevo. Porque sou assim... um solitário com alma de gente...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Estranhos Caminhos...


Ao acaso pavoneiam-se os dias. É um desconcerto. Vazio. Não há matriz matemática suficientemente orientadora das emoções. Elas vão e vêm. Com a força das marés de Novembro. E com elas incertezas, dúvidas e loucuras sem fim. Nesses momentos, pouco importa como cheguei até aqui. Se cheguei foi porque sabia o caminho. E caminhei. Agora, importa continuar, na certeza de que nada é certo. Muito menos as emoções que reservo no peito, feito mutantes. Sem rosto. Sem corpo. Mas suficientemente capazes de ordenar o corpo a seguir viagem.


Estranhos e tumultuosos são os caminhos que nos levam até ao coração. A razão sem razão. E, no entanto, simples mortais, reféns de forças ancestrais, do decidir e agir. Corremos atrás do velho coração. Felizes quando ele está feliz. Tristes quando ele também assim está. Ah coração... coração... vigoroso e sonhador. Viajante das horas perdidas. Maratonista de mundos. E bate forte, muito forte, por um outro coração, que ele conhece de cor... e por quem corre estes estranhos caminhos... do corpo e da alma...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Together...


Não há dia em que não pense em nós. Em que não sinta a tua falta. Esta saudade que criou raízes no meu peito pulsa o teu nome a cada bater do meu coração. Não consigo viver sem ti. Não quero viver sem ti. São difíceis os caminhos que trilhamos. Há demasiadas pedras na calçada. E caímos vezes sem conta. E magoamo-nos sucessivamente. Desafiamos a razão. Desafiamos a emoção. E chegamos sempre à mesma conclusão: este Amor é inabalável!
Hoje devolveste-me o sorriso. Pude amar-te por inteiro. Consegui voltar a ser feliz. O resto não importa. Só não gosto ver-te partir. Ficar longe de ti. Mas os sonhos moram cá dentro e chegará o dia em que partilharemos o dia e a noite. E viveremos juntos todos os sonhos que desaguam num só mar... os nossos sorrisos de felicidade...

Porque te amo


É apenas uma data, dirás tu. Mas, sabes, hoje festeja-se o Amor... E apesar de não poder passar este dia contigo, é contigo que o penso, é contigo que o passo...
Nunca a distância entre duas pessoas que se amam me pareceu tão injusta... Nunca as leis do mundo me pareceram tão dificéis de quebrar. Neste universo que gira ao contrário, todas as voltas vão dar a ti, todas as frases de Amor têm o teu nome escrito.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Desculpa...



Quero, aqui, nesta que foi a nossa casa, pedir-te desculpas pelo post que hoje escrevi. São palavras que o meu coração não sente.
Amo-te! - esta é a única verdade...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Até que a morte nos separe


Há elos de aço que nem as palavras mais frias, ou as mais injustas, conseguem destruir.
Há histórias de Amor que são para sempre.
Há vidas humanas que nunca quebrarão os seus laços.
Há amores que valem toda a dor, todo o sofrimento.
Há memórias que a boca calará para sempre mas que o coração aninhará e protegerá eternamente.
Há formas de amar como esta: até que a morte nos separe.

Há muitas formas de fazer alguém feliz. Há outras tantas de fazer alguém sofrer. Mas o maior erro é achar que o coração e os sentimentos são bens menores. Ninguém é de ninguém. E no entanto, pertencemos a alguém. Mas o coração é livre. Livre para quem o quer bem. Para quem o ama acima de tudo e de todos. É por isso que o meu coração vai continuar a voar. Sai ferido de onde ele pensava ser feliz... de onde julgava ser o mais importante de todos... para as mãos de quem o mereça. Para as mãos de quem saiba tocar uma outra sonata...


um coração que voa é um coração que alcança...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Num Mar de Emoção


Estamos de regresso ao nosso mar. Sobrevivemos a mais uma tempestade. E encontramos, um no outro, o porto de abrigo para repousar o silêncio das palavras e deixar falar a voz do coração. Teimosamente persistimos, investimos e esperamos pelo nosso lugar ao sol. Não me importa se são eclipses. Não me importa o vazio e a solidão que por vezes sinto quando estou sem ti. Porque não conheço outro caminho para a felicidade para além do rumo que me leva até ti. Sempre até ti...


Tu sabes, mas não me canso de dizer e de te sussurrar ao ouvido (como tanto gostas), AMO-TE!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Até sempre


Este é o mais precioso dos meus blogs. O diamante no meio das pedras, a pérola dentro da concha, que só nós sabemos abrir. Porque ao longo de mais de dois anos ele não foi um blog... Foi, como já te disse em ocasiões anteriores, a nossa casa. A única possível. Mas a nossa casa. O avesso do nosso coração, aquele lado de dentro que ninguém suspeita que existe e que nós entregamos um ao outro numa partilha absoluta e total. Entrar aqui hoje e ver que permaneces, deixa-me feliz... Porque tu sabes, sempre o soubeste, o quanto significa para mim. Lembro-me de te ter falado nele a medo, timidamente, quando regressávamos da praia e de tu teres dito que não... Tínhamos as mãos entrelaçadas e eu conduzia devagar... Lembro-me de que me calei e não insisti, porque achava que era um sonho... E lembro-me também de que nesse mesmo dia à noite me disseste para o abrir. Deixaste tudo nas minhas mãos, numa confiança cega que me enterneceu... E escolher cores e imagens, palavras e versos, era um pouco como decorar a nossa casa e eu queria fazê-lo bem, queria que fosses feliz aqui, comigo...
Ao longo de mais de dois anos este blog foi riso e lágrimas, dor e saudade, luto e desejo, silêncio e palavras... Foi o espelho das nossas almas. É para mim o mais belo de todos os espaços, porque é o espaço do nosso amor, sem fronteiras e sem censura, sem máscaras, a nu... É o nosso Amor em imagens e poemas. Para sempre. Talvez por isso, como tu, tenho necessidade de me despedir antes de fechar a porta e apagar a luz, antes do silêncio e da escuridão. Teres ficado comigo neste espaço onde nos amámos tanto, é uma atitude de grande nobreza e que me enche de orgulho. É uma atitude de respeito por toda a entrega que fizemos um ao outro, pelo tanto que apesar de tudo, construímos.
Como tu, saio com o coração sangrando, partido em mil pedaços e eu que sempre segui o coração, não sei agora que pedaço seguir... Tu és o meu amor, o meu único amor. Abrir mão de ti e da felicidade que foi amar-te, é o tiro no peito que eu sei que tu também sentes... Sabes, sinto-me como o escorpião que preso num círculo de fogo e incapaz de fugir, se suicida enterrando no corpo a pinça envenenada... Seguirei os meus dias sendo uma pessoa diferente da que conheceste e amaste, porque hoje arranco o coração do peito e deixo-o aqui, na nossa casa, a salvo do círculo de fogo em que vivo. Sei que o protegerás e o continuarás a amar, porque sabes que ele te pertence e porque é a coisa mais nobre que eu te poderia dar... Deixo aqui hoje, quatro anos depois de te ter conhecido, a minha alma que é só tua. Para sempre. E o mar, o nosso mar, que é a testemunha que sempre nos abraçou e protegeu, que nos viu sorrir felizes e ouviu as nossas vozes alteradas, será eternamente a nossa casa. Na sua voz encontrarás sempre as minhas palavras, as minhas últimas palavras: Amo-te tudo, minha vida.
Desejo tanto que sejas muito feliz, meu sorriso de sol...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Até...


Venho aqui pela última vez. Acho que eu e os que, de perto ou de longe, fazendo-se ouvir ou em silêncio, acompanharam esta sonata ao longo de pouco mais de dois anos merecemos um último escrito. Contrariamente ao que aconteceu várias vezes no passado, desta vez não vou abandonar o blog. O “D” de Daniel permanecerá, mas não mais as suas palavras se farão ler.

Dizem que sempre voltamos aos lugares onde fomos felizes. Dizem e têm razão. Sempre recordamos os lugares e as pessoas que nos fizeram felizes, independentemente do que a vida e o destino acabam por nos reservar.

Neste espaço e ao longo de quase quatro anos vivi a minha “Chance em Mil”. Acabou por ser um amor impossível, pelo menos para dois seres humanos, unidos pelo mesmo sentimento mas separados em muitas outras coisas, que mereciam melhor sorte.

Apesar de tudo não me arrependo das escolhas que fiz. E as palavras que hoje me disseram foram as que eu precisava ouvir para encerrar em definitivo este capítulo da minha vida.

Como o mar sempre me acompanhou em cada passo que dei ao longo destes quase quatro anos, a imagem que aqui coloco foi desenhada para mim.

Até…