domingo, 19 de junho de 2011

No Meu Beijo


Enquanto espero que me digas que chegaste bem, aproveito para te deixar um beijo na nossa casa, para que te sintas amada quando colocares a chave na porta e sentires a minha presença.

Hoje quis prolongar a noite ao máximo. Prolongar o afecto, o carinho, a sedução e o prazer. Quis porque a saudade era imensa. É imensa e não se esgota!

Acho que é isto o Amor. Esta urgência, esta necessidade, a vontade incessante de te ter do meu lado e contigo partilhar os dias, as noites, a vida... Sim, a vida...

Por isso nunca me fui verdadeiramente embora, apesar de o ter dito dezenas de vezes. Porque este Amor me invade o peito e faz-se presente, com o teu nome cravado no peito. Trocaria a minha vida para te ter sempre comigo...

Até amanhã minha VIDA.

(Agadoizó)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Da Liberdade Para Amar...


Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, e alegrar quem o observasse.
Um dia, uma mulher viu o pássaro e apaixonou-se por ele. Ficou a olhar o seu voo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rapidamente, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: “Vou montar uma armadilha. Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais.”
O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e ficou preso na gaiola.
Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objecto da sua paixão, e ela mostrava-o às suas amigas, que comentavam: “Mas tu és uma pessoa que tem tudo.”
Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava de o conquistar, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido da sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio – e a mulher já não lhe prestava atenção, apenas prestava atenção à maneira como o alimentava e como cuidava da sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e passava a vida a pensar nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente por entre as nuvens.
Se ela se observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, a sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater à sua porta. “Porque vieste?” – perguntou à morte.
“Para que possas voar de novo com ele nos céus”, respondeu. “Se o tivesses deixado partir e voltar sempre, amá-lo-ias e admirá-lo-ias ainda mais. Porém, agora precisas de mim para poderes encontrá-lo de novo.”