Gosto de te encontrar nos risos soltos, nas conversas em voz baixa, de mãos dadas, os corpos aninhando-se no abrigo dos abraços... Gosto quando me ensinas coisas que eu não sei, quando me guias pelo teu corpo numa viagem de pele quente e macia, molhada pelo suor do naufrágio nas minhas coxas... Gosto da tua voz sussurrando-me palavras por inventar, que contam de cidades que um dia conheceremos juntos... Gosto da luz dos teus olhos que me ilumina na cegueira dos dias, como um farol de ternura que vendaval nenhum apagará... Gosto do teu sorriso, da alegria que me ofereces em conversas lentas sobre dias que ainda não existem... Gosto deste sabor a felicidade quase perfeita, tão frágil como pétalas de flores rodopiando num bailado louco com o vento norte... Gosto da água da tua boca, porto de abrigo onde me desfaço num cais de esperança...
Gosto de te esperar. E de te ver chegar. Porque sempre que te espero e tu chegas, tenho a certeza que há um rumo traçado a giz numa estrada por onde caminhamos e que nos levará a um lugar onde as nuvens existem. Um lugar onde só teremos de escolher a nossa.
A nossa nuvem.
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