terça-feira, 23 de março de 2010

À flor da pele


Antes de saíres, apertaste-me num abraço fundo como amarras... E tu não sabes, mas os meus braços quando envolveram o teu corpo, não eram braços... eram pássaros de seda que te roubaram o perfume para fazer ninho na gruta mais escondida da memória... Tu não sabes, mas a minha pele tatuou o sabor dos teus gestos, o sal das ondas de carícias onde naufraguei na tempestade dos nossos corpos, unidos num só... Tu não sabes, mas enquanto nos olhavamos e conversavamos baixinho, roubei-te o sorriso, os contornos da face, as mãos que se insinuavam inquietas desenhando-me os contornos... Roubei tudo o que podia, desses instantes de pura magia...

Hoje não me sinto só. Hoje ando contigo no pensamento, contigo e com este sorriso cravado na boca, com o teu perfume à flor da pele... e com a memória feliz, cheia de ti...

Agora diz-me: o que faço a toda esta saudade?

1 comentário:

D. disse...

...guarda-a até ao meu regresso...